Fazer parte de um mundo em constante evolução e não perceber as propostas da tecnologia é como transitar por um museu ou galeria de arte com uma gota de óleo em uma colher, preocupando-se em apenas não deixar derramá-la. Não vemos nem nos utilizamos das maravilhas ao nosso redor. A construção da sociedade pautou-se em descobertas de instrumentos a serem usados para determinados fins. E como nos lembra Vygotsky, o uso destes instrumentos nos diferem dos animais pela nossa capacidade de constituí-los para um determinado fim. Traçar um paralelo entre a descoberta e manipulação do fogo e o uso das tecnologias atuais, o computador por exemplo, era algo antes impensado por mim. Até agora. Após as discussões em aula percebo que, dominar e manipular o fogo ou a máquina fizeram parte da construção da sociedade atual em épocas e contextos distintos. Eram a cada tempo e momento histórico a sua tecnologia.
O ato de descobrir, de desenvolver técnicas e (re)inventar coisas pautou-se históricamente em métodos científicos, que a cada época sofriam influências de pensamentos científicos dominantes. Estes métodos científicos levaram a uma significação dos processos de descoberta e de consolidação do pensamento científico atual, da verdade absoluta a sapiência de que nada está acabado, que o mundo está em constante mutação assim como o conhecimento. Passamos do senso comum, utilizado desde as comunidades primitivas, para a necessidade de uma cosmovisão do conhecimento científico. Saliento aqui que o conceito de cosmovisão seria um conjunto de conceitos e crenças que referendem o nosso pensamento e ação ou um conceito abrangente de mundo.
E a nós educadores ou pretensos educadores (no caso, eu) a que papel nos cabe o uso destas tecnologias e a que finalidades nós podemos impor a elas? A escola no seu papel social e de formação educativa fica em uma encruzilhada onde perpassam todas estas descobertas e conhecimentos. A relação dialética entre educadores e educandos em nossa atualidade fica mais evidente, pois o acesso a computadores e a internet pelos últimos é muito grande. A educação como via de mão dupla possibilita a ambos, professor e aluno, a interação necessária para o alcance de determinado fim educacional através da descoberta conjunta de conhecimentos e culturas próprias deste mundo "virtual".